segunda-feira, 28 de maio de 2012

branco sabendo das coisas

eu queria muito ir pra irlanda agora, viu?
ver se deixo isso tudo pra trás
e é possível deixar pra trás?
não
mas, sei lá, fugir da possibilidade de estar perto.
21:27
mas essa possibilidade não vai existir, mesmo voce estando longe? é só uma questão de bater o pânico, você alterar a data das passagens e você já tá aqui de volta..

segunda-feira, 21 de maio de 2012

no meio da obra
a mendiga lixa a unha
toda empoeirada

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Na varanda do trabalho

Num dia frio, chove e venta, juntam-se os fumantes olhando pro horizonte cinzendo.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Cancer guide

So your flatmate just broke up with his boyfriend. You've been pretyy grumpy god knows why. He brings you chocolate.
That's not (only) cause he likes you. That's to make you guilty you're not buying him chocolate.

Diálogo que só bêbado


Na banca de jornal.
- Vicente!
- Fala, cara!
- Você não lembra de mim.
- Pô, nem lembro.
- Nova Zelândia, 2002.
- Caraaaca, podiscrê! Felipe, né?
- Não. Jun.
- Claro, Jun! Você estava com a sua mãe, né?
- Não. A minha avó. [O Felipe estava com a mãe.]
- Pô, cara! (Vira para o jornaleiro.) Tem dez anos que a gente não se vê! (De volta para mim.) E aí, o que você anda fazendo, cara?
- Ah, trabalhando, tomando vinho.
- E você tá morando aqui?
- Pois é, aqui do lado do Varandas.
- Ah, eu moro naquele prédio ali depois da igreja.
- Pois é, tenho que ir.
Fiquei pensando em como a vida é grande e cheia de possibilidades quando a gente não teima em achar que é uma coisa só. Mas é uma tarefa dura, né?

sábado, 31 de março de 2012

Tarde frustrada, de qualquer desatenção -- mas nunca a gota d`água, não entendo por quê.
Volto para casa tenso no ônibus, só. Encontro algum consolo em pensar que a Fernandinha ainda está aqui -- e depois lembro que muito em breve ela também vai.

terça-feira, 20 de março de 2012

Eu só queria deixar registrado aqui que o M não me chamou pro grupo de estudos sobre Platão, que o A não respondeu meus dois e-mail sobre Gumbrecht e que o R A da editora T foi estupidamente blasé na resposta ao meu e-mail sobre publicar a dissertação. Se eu me sentir rejeitado, vocês não se surpreendam.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

On being shunned too often

No calls from IB**, invited to take pre-service at Oxf*** and listen to 4 days of jargon and methodolgy I already know to earn God knows how much. No, it doesn't feel too exciting, especially when other things have also been going wrong.
It's one of those moments I start questioning all of my choices, and, to make matters worse, thinking I've made the wrong choices. What can one feel in those situations? I can only feel like disappearing.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Não se é minha tendência habitual de menosprezar minhas conquistas e agir todo nonchalant, mas sempre que convido as pessoas para um lançamento de algo meu, ou falo da minha defesa, faço questão de um tom "não é nada tão importante assim". Talvez seja porque nós da área também já estejamos acostumados com o fato de que todo mundo publica o tempo todo, sei lá... De qualquer jeito, imagino que todo mundo que confirma ou desconfirma (e dá explicações na página do evento no FB) presença no lançamento acha que isso é algo muito mais importante para mim do que realmente é.

sábado, 31 de dezembro de 2011

Que bosta, viu? Que bosta de réveillon de merda. Literalmente.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

As mães podem nos preparar para tudo na vida

Mas não nos avisam que o cuidado e o carinho que nos dão só teremos nelas delas.
Então uma amiga liga casualmente e se oferece para ir pra sua casa. E você não consegue segurar o choro.
It's so nice to have your people around you to help and support you when you're sick! Except you don't.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Notas natalescas


Não, não foi o melhor Natal da minha vida. Foi legal, sim, mas com alguns incômodos e algumas coisas que me deram o que pensar.
A vontade de estar com o T, ou de tê-lo ali ao meu lado foi forte. É como se ele já fosse minha família de alguma maneira, mesmo que ele não conviva com o resto dela.
Minha mãe conseguiu brigar com meu irmão. Por motivos óbvios e até previsíveis: ele priorizando os amigos e se atrasando para a ceia, e ela, que, como eu, é "píssica" com compromissos, puta de se atrasar e de ele não ter cumprido com o combinado. É uma aprendizado, talvez para esta vida ainda. Para os dois, e para mim também, dado que sempre concordo com a minha mãe e sou muito espelho dela: a não ser que haja algum imprevisto urgente, compromisso é compromisso acima de tudo.
Pouquíssimos presentes, menos ainda interessantes. Melhor de todos foi o RocknRoll e outras peças, do Stoppard. E uma biografia da V Woolf que minha avó ganhou mas eu roubei.
No amigo oculto, novas regras: não se descreve, mas se responde a perguntas. O tio querido que me tirou:
- Se fosse um número, que número seria seu amigo oculto?
- 171.
- Se fosse uma raça de cachorro?
- Um poodle.
Não fico exatamente chateado com a descrição nem esperava nada muito diferente dele, mas ainda assim é meio triste que seja essa a imagem que alguém que convive comigo desde que nasci faz de mim. 171 é ridículo, porque golpista ética é um troço importantíssimo pra mim, mas é piada. Já o poodle, é claro que tem a ver com sexualidade, e é triste que, de todos as minhas características, o que mais importe para ele seja isso. É aquele pensamento idiota e tão comum quando idiota que rege também a normatividade do hábito de "sair do armário", vestir a camisa e outras coisas que partem do pressuposto de que a sexualidade é o traço fundamental que nos define. Enfim, achei ruim.
Ao menos está chovendo forte.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Encontrando o lugar

Lembro do final de 2009, eu andando na praia com a Dani. Eu comentava com ela como aquele ano começou comigo fazendo retiro espiritual e terminou com Zé Celso, Teatro, cigarros e pai morto e eu muito mais despirocado do que planejava estar. E ela disse que gostava mais de mim despirocado. Depois percebi que também gostava.
2010 seguiu com teatro, e eu achava que ia ser ator. Então houve concurso e eu virei professor de algo que nem planejava ser, e o teatro acabou ficando de lado, e eu planejei -- e fui -- pra Europa. E eu não comecei o ano planejando nada senão ser ator. Até que, no finalzinho do segundo tempo de dezembro, apareceu o amor que eu não queria ter e que o Lio tinha recomendado não achar. E eu não tinha pedido nada disso.
Esse ano o amor seguiu. Eu achava que nunca teria seguido um amor tanto tempo, nem acreditava na minha própria persistência, mas ela houve. Então continuo o post anterior: ele não resolve tudo. Aliás, não resolve quase nada e ainda por cima traz outras questões. E eu não me canso de aprender que é uma confusão, um desafio, uma bagunça, mas é muito melhor com ele.
Agora parece que volto à Cultura e 2012, pelos meus planos, e vai ter estudos, leituras e calmaria. Isso provavelmente significa que a vida vai me sacanear e me contrariar e fazer uma bagunça geral, eu sei. Mas deixa o amor, tá, vida? Deixa mais uns anos.


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Acho que entendi

Essa crise que me tem assolado. Porque estou com um problema: de repente me vi de frente à falta de solução do mundo. E percebi que em alguma medida o meu modo de lidar com a falta de solução do mundo não deixava de ser uma solução. Porque a vida sem solução não permite uma resposta lógica ou crítica, uma medida conceitual que estabeleça as regras. Então eu vinha pensando a partir de uma ética (em todas as esferas) que se baseava na falta de solução, mas principalmente de uma espécie de fraternidade manuelina franciscana advinda da falta de solução.
Vendo hoje a Gabi recomendando aos uspianos e policiais que amem mais, percebi: eu posso viver (acho) de uma ética do amor e da fraternidade. Talvez a Gabi também possa por ser canceriana. Mas percebi que só a fraternidade não dá conta, que uma ética baseada no páthos não dá conta de tudo. Medeia (que eu e Gabi adoramos, por sinal) também estava cheia de páthos.
Manuel diz: alguém tomado pelo humano não mata.
Mas é claro que mata, Manuel. Medeia estava tomada por O QUÊ? O desumano? Então admite, Manuel: você tem UM pre-conceito que seja: o humano é fraterno.
Mas o humano não é fraterno por natureza. Pode ser, mas pode não ser. E eu precisei me levar até o limite do amor para, alguns meses atrás, ousar chegar à frase: o amor não basta, o amor não dá conta de tudo, não resolve tudo. E curiosamente foi justo a Gabi que conversava comigo quando disse isso.
Então é isso: o amor não resolve o namoro, não resolve a ética, não resolve a política, não resolve a educação. Estou pairando, descrente do amor, na falta de solução.