Não, não foi o melhor Natal da minha vida. Foi legal, sim, mas com alguns incômodos e algumas coisas que me deram o que pensar.
A vontade de estar com o T, ou de tê-lo ali ao meu lado foi forte. É como se ele já fosse minha família de alguma maneira, mesmo que ele não conviva com o resto dela.
Minha mãe conseguiu brigar com meu irmão. Por motivos óbvios e até previsíveis: ele priorizando os amigos e se atrasando para a ceia, e ela, que, como eu, é "píssica" com compromissos, puta de se atrasar e de ele não ter cumprido com o combinado. É uma aprendizado, talvez para esta vida ainda. Para os dois, e para mim também, dado que sempre concordo com a minha mãe e sou muito espelho dela: a não ser que haja algum imprevisto urgente, compromisso é compromisso acima de tudo.
Pouquíssimos presentes, menos ainda interessantes. Melhor de todos foi o RocknRoll e outras peças, do Stoppard. E uma biografia da V Woolf que minha avó ganhou mas eu roubei.
No amigo oculto, novas regras: não se descreve, mas se responde a perguntas. O tio querido que me tirou:
- Se fosse um número, que número seria seu amigo oculto?
- 171.
- Se fosse uma raça de cachorro?
- Um poodle.
Não fico exatamente chateado com a descrição nem esperava nada muito diferente dele, mas ainda assim é meio triste que seja essa a imagem que alguém que convive comigo desde que nasci faz de mim. 171 é ridículo, porque golpista ética é um troço importantíssimo pra mim, mas é piada. Já o poodle, é claro que tem a ver com sexualidade, e é triste que, de todos as minhas características, o que mais importe para ele seja isso. É aquele pensamento idiota e tão comum quando idiota que rege também a normatividade do hábito de "sair do armário", vestir a camisa e outras coisas que partem do pressuposto de que a sexualidade é o traço fundamental que nos define. Enfim, achei ruim.
Ao menos está chovendo forte.